Alunos de Direito vivenciam aula prática no NUJUR-TJ/PI
Durante essa semana, os estudantes do curso de Direito tiveram a oportunidade única de mergulhar em uma experiência prática enriquecedora no Núcleo de Justiça Restaurativa do Tribunal de Justiça do Piauí (NUJUR-TJ/PI), por meio da disciplina Práticas Integrativas no Direito. Sob a orientação da Dra. Maria Luiza de Moura Mello e Freitas, Juíza Titular da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Teresina e Coordenadora do NUJUR, os alunos foram conduzidos por atividades e dinâmicas centradas na resolução de conflitos, abrindo suas mentes para a eficácia das abordagens menos tradicionais no campo do Direito.
Recebidos calorosamente pelos colaboradores da casa, os alunos foram guiados por um tour dentro das instalações do espaço e do núcleo, preparando-se para uma participação ativa no exercício denominado “Círculo Restaurativo”. Essa prática, parte integrante da Política Pública de Justiça Restaurativa, visa restaurar e reconstruir as relações afetadas por conflitos, minimizando os danos causados por ações ilícitas.
Os círculos restaurativos não apenas abordam a questão legal do conflito, mas também se concentram em curar as relações e restaurar a harmonia social, uma abordagem profundamente humanista que se destaca em um campo muitas vezes impregnado de formalidades e rigidez. “O método da Justiça Restaurativa é encantador, pois oferece uma maneira de resolver problemas sem recorrer à agressão verbal, física ou psicológica. Ao contrário do sistema tradicional, que muitas vezes se concentra apenas na punição do ofensor”, afirma a estudante do 2º bloco, Isabela Magalhães.
A estudante Valéria Cristina, discente do 1º bloco do curso, apreciada pela maneira que o núcleo trabalha e utiliza da restauração uma maneira mais resolutiva, percebe que diálogo pode ser sim uma ferramenta importante. “Normalmente quando a gente pensa em Direito a gente já pensa em uma hierarquia, algo que é intocável. Mas a justiça restaurativa é justamente o oposto, de não ter hierarquia, de todos serem iguais. E lá entendemos, através dos círculos restaurativos, que podemos sim resolver nossos conflitos com diálogo e com escuta, acredito até que seja um novo Direito”, acrescenta.
A importância dessa nova visão no Direito é inegável, especialmente para aqueles que estão ingressando no curso de Direito. É crucial que os futuros profissionais compreendam que a resolução de conflitos vai além das decisões judiciais e das penalidades. Envolve compreender o contexto, os indivíduos envolvidos e suas histórias pessoais, buscando soluções que promovam a reconciliação e a restauração, em vez de simplesmente punir. “Nós conseguimos entender na prática como funciona o método restaurativo e como conduzir e mediar as relações através disso. Com certeza, aplicaremos de maneira mais eficaz”, expõe Luciane Silva, aluna do 1º bloco do curso.
Essa experiência prática no NUJUR não apenas expandiu os horizontes dos alunos, mas também os incentivou a considerar uma abordagem mais holística e compassiva no exercício da advocacia e da justiça. É através desse apoio e exposição a ambientes práticos que o conhecimento se consolida e se enriquece, preparando os futuros profissionais para enfrentar os desafios complexos e multifacetados do sistema jurídico moderno.